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COMO VIVENCIAR A EXPERIÊNCIA DE DEUS APÓS O ACONTECIMENTO DE SUA MORTE?

  • Foto do escritor: Antonio de Oliveira
    Antonio de Oliveira
  • 26 de dez. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 10 de jul. de 2023



Como vivenciar a experiência de Deus após o acontecimento de sua morte? Como o niilismo pode ser assumido como um princípio hierofânico (de manifestação do sagrado)?


A “morte de Deus” não é fácil de ser assimilada. Pode-se observar nos diversos textos que a maioria não consegue compreender tal sentença. Contudo, no discurso de Nietzsche acerca da “morte de Deus” existe uma implicação na constatação, por parte do filósofo, do fim da metafisica, ou seja, é o declínio do modelo platônico de pensamento acerca do mundo divino versus mundo que vivemos. Com isso a sociedade ocidental foi perdendo o encantamento e a religião judaico-cristão foi perdendo o controle nas estruturas sociais e nos indivíduos. Uma vez que é uma sociedade que fundamenta-se sobre os valores cristãos, que por séculos a religião com os valores e moral legitimou o poder vigente.


A filosofia nietzschiana fundamenta-se em negar a moral cristã. Ele declara que é necessário o fim do “Deus moral” ou “Deus metafisico”. Segundo R. Machado (1999), Nietzsche não quer provar que Deus não existe, como faziam os ateus. O que lhe interessa é mostrar como e por que surgiu e desapareceu a crença de que haveria um Deus. Haja vista que a religião não mais exerce poder de tempos passados, já não exerce o encantamento e domínio na sociedade moderna. Assim sendo, para o homem moderno, Deus já não ocupa o lugar que lhe é próprio, as ações e decisões realizada pelo homem moderno não dependem mais dele. R. Machado (1994) declara que a “Morte de Deus”, é o diagnóstico da ausência explicita de Deus no pensamento e nas práticas do ocidente moderno.


Vivenciar a experiência de Deus após o acontecimento de sua Morte não é abandonar o conceito de Deus e da religião de modo absoluto, mas ao contrário, significa superar uma visão de Deus e de transcendência que ainda remete aos conceitos da metafísica antiga e medieval, em especial de uma visão abstrata, de um Deus distante do mundo que o criou. Observa-se que essa visão não alcança a problemática da finitude do homem e sua existência concreta no mundo contemporâneo. Haja vista que depois da revolução cientifica moderna, da revolução francesa, das duas grandes guerras mundiais, não pode falar de Deus e de religião com antes, contudo, não é preciso “matar o Deus transcendente”, para reconhecer sua presença imante e solidaria junto a humanidade.


O conceito de niilismo, é definido em Heidegger (2003) como a depreciação e o estado de declínio em que se achavam os valores e ideias. Seu pensamento se vê sob o signo do niilismo histórico reconhecido por Nietzsche, que tem como objetivo principal desprezar qualquer valor metafísico e objetiva a destruição da moral.


Referências Bibliográficas

HEIDEGGER, Martin A sentença nietzschiana “Deus está morto”. Natureza Humana: Revista internacional de filosofia, São Paulo: Educ. V. 5, N° 2, Julho 2003.


MACHADO, R. Zaratrustra, Tragédia nietzschina. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.


_________. Deus, Homem, Super-homem. Revista Kriterion, Belo Horizonte, UFMG v.39. Julho de 1994.



 
 
 

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